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História do domingo: "Estou com você "

Amor e liberdade


Dizem que, pra dar certo, o amor precisa de três direções: a minha, a sua e a nossa.


O Alimento do Amor

Mais fundamental que o amor é a liberdade. A liberdade é o alimento do amor. O amor é pássaro que vive em gaiola. Basta engaiolá-lo para que ele morra. Ter ciúme é reconhecer a liberdade do amor. (…) Pássaro eu não amaria quem me cortasse as asas! Barco eu não amaria quem me amarrasse no cais!


A citação acima é do Rubem Alves, psicanalista, escritor e teólogo que já apareceu algumas vezes por aqui.


Sua ideia de amor vai de encontro a uma recente fala do Papa Francisco, que disse que “o amor verdadeiro é a verdadeira liberdade, pois desapega da posse, reconstrói as relações, sabe acolher e valorizar o próximo, transforma todo esforço em um dom alegre e torna-o capaz de comunhão”.


• Ainda que todo mundo reconheça que amor e liberdade são forças primordiais da vida, por que será que criamos a ideia de que uma exclui a outra?


Amar requer coragem. Liberdade também. E amar de verdade é acolher e respeitar as diferenças. É admirar o outro por quem ele é, e não por quem a gente gostaria que ele fosse.


E isso não significa que não vai haver ciúmes ou inseguranças. E também não quer dizer que os relacionamentos precisam ser “abertos”, ou que todo amor um dia acaba.


Na verdade, pensar como Rubem Alves é admitir uma verdade inescapável: todos nós somos livres.


• Em uma relação — ou em qualquer outro âmbito da vida — ninguém escolhe ficar só porque o muro é alto.


A gente escolhe ficar porque a casa está alegre e a grama verde. A gente escolhe ficar porque a luz está acesa e a cama aconchegante. A gente escolhe ficar porque a porta está aberta.


Aliás, se o que te prende é uma gaiola ou uma fechadura, já podemos constatar que não estamos falando de amor. Como citado no trecho, “pássaro eu não amaria quem me cortasse as asas”.


Em vez de colocar o amor e a liberdade em campos opostos, talvez seja mais fácil dizer que um não existe sem o outro. Finalizando com as palavras de José Eduardo Agalusa, “o amor não pesa. Liberta-nos do peso das coisas”.


"Estou com você”

(Baseado em uma história real)

A Joana sempre gostou de namorar. Ela acha bom demais ter uma pessoa que ama do lado, fazendo companhia pra tudo. Ama dividir momentos e ir criando intimidade de mansinho.


• Teve alguns namoros longos na vida, mas também aproveitou (intensamente) seus curtos períodos de solteirice.


Acontece que, a sua última fase “sozinha” durou bem mais do que o habitual. Três anos de gandaia — que, para uma libriana, pareceram uma eternidade.


Nesse tempo, ela fez de tudo pra dar certo em várias relações. Se submeteu a situações que jamais se submeteria. Mudou seus gostos e tentou se encaixar onde não cabia.


Depois de muitas frustrações tentando agradar o outro e se afastando da sua essência, a Joana cansou. Cansou de esperar a pessoa ideal, e decidiu realmente aproveitar a vida.


• Ela foi se conhecendo, encarou medos e descobriu sonhos. Foi para o Peru sozinha, e viu que o mundo é grande. Ainda bem.


E foi se descobrindo e vivendo, que o amor romântico surgiu. No começo meio disfarçado… Na verdade, ela acha que ele foi bem construído a quatro mãos, mas definitivamente não veio pronto.


Logo quando voltou de viagem, a Joana encontrou o Fred em uma festa na Land Spirit — segundo ela, os leitores de Belo Horizonte vão saber —, que teve show do Donavon.


Eles já se conheciam de vista. Inclusive, estudaram no mesmo colégio, mas nunca tinham conversado.


• Quando se viram na festa, os dois já estavam mais pra lá do que pra cá, e o beijo não demorou pra acontecer.


Encaixou de cara, mas ela já sabia que aquilo ali não iria pra frente. Na semana seguinte, a Joana ia ficar um mês viajando pela Bahia, e preferiu nem manter muito contato.


Quando ela voltou, porém, eles acabaram se esbarrando em outra festinha. Continuaram conversando, e começaram a se esbarrar por querer. Era festa, show, café da manhã e jantar.


O Fred já sabia que queria levar a relação pra frente, mas a Joana tinha medo. Depois de muitas histórias que deram errado, ela tinha decidido que só iria se relacionar com pé no freio.


• Cansado de tentar, o Fred falou com ela: “estou te pedindo em namoro, não em casamento! Se não der certo a gente termina. Tudo bem!”


Mas deu certo demais. Tão certo que, um ano depois, eles ficaram noivos na Bahia. Com anel e tudo.


Mas a sede de liberdade da Joana também gritava. Ela sempre teve o sonho de morar em Caraíva, mas como ia fazer? Será que essa loucura seria possível com apenas 1 mês de noivado?


Ela contou pro Fred a sua aflição e, como resposta, escutou: “Estou com você. Se é seu sonho, vai! Se der certo, vou em seguida. Se não, tô aqui te esperando de volta!”


• Essa atitude dele fez a Joana perceber como o amor dos dois era especial. E como a liberdade era gostosa com alguém do lado.


No início da mudança, o trabalho não prosperou pra Joana. Mas eles aguentaram a distância, e o Fred foi pra Caraíva mesmo assim. E a presença dele fez tudo dar certo.


Foram anos difíceis, mas eles acabaram construindo uma vida linda, com muito axé, no sol da Bahia.


Já são 8 anos juntos, sendo mais de 6 anos de casados. Eles continuam morando em Caraíva e o amor dos dois continua em construção — quer dizer, em manutenção constante.


A Joana leu um texto que dizia que “o amor entre dois pra dar certo, precisa de três”. Mas não três pessoas, e sim direções: a minha, a sua e a nossa.


• Ela não pode ser o plano do Fred, e nem ele pode ser o dela. São os planos dos dois que precisam dar as mãos.


Parafraseando o texto, “não precisamos andar sempre no mesmo terreno nem na mesma direção, podemos vestir calçados distintos, adequados as diferenças da vida que queremos levar, mas podemos guardá-los, todos, lado a lado, no mesmo armário, para que quando chegue o momento de descansar e compartilhar as aventuras que cada um viveu, haja um espaço seguro que diz respeito aos dois, um ponto de encontro e de reconhecimento entre os nossos corações”.


A Joana e o Fred são muito diferentes, talvez opostos. Ele gosta de sair, e ela gosta de ficar em casa com seus pensamentos. Ele gosta de futebol e Fórmula 1, ela gosta de astrologia e tarô.


Mas, obviamente, eles também têm muito em comum. Amam a família que construíram, com quatro cachorros vivendo no meio do mato, em uma casa com pomar no quintal.


• Amam viajar e explorar o mundo inteiro sem roteiro definido. Amam ver séries e filmes juntos.


Voltando no texto que ela citou, "as mesmas asas que nos fazem voar estarão disponíveis pra nos proteger”. Então eles seguem sem medo, e vivem com amor e liberdade. Afinal, amor é liberdade.


Texto e imagens: The stories/Reprodução






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