top of page

PUBLICIDADE

educacao.gif

Notícias

Foto do escritorreginaldorodrigues3

História do domingo: Te quero a vida toda

Atualizado: 19 de ago.

A vida é urgente!

Como dizia sêneca, "apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si , uma vida."


Seiscentos e sessenta e seis

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…

Quando se vê, já é 6ª-feira…

Quando se vê, passaram 60 anos!

Agora, é tarde demais para ser reprovado…

E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,

eu nem olhava o relógio

seguia sempre em frente…

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.


Conhecido popularmente como “O Tempo”, o poema do Mario Quintana tem como título original "Seiscentos e Sessenta e Seis", e foi escrito quando o autor já estava com 74 anos.


• Assim, através dele, o famoso “poeta das coisas simples” conseguiu mostrar uma visão sábia e madura sobre a vida.


Com exemplos cotidianos — como a hora que passa voando ou a semana que nem vemos passar —, Mario Quintana escancara uma das únicas certezas da vida: a passagem do tempo é inevitável.


Como já dizia Fernando Pessoa, “o próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.”


E é claro que a gente sabe que os dias passam, mas quantas vezes deixamos um abraço para amanhã, aquela ligação para a semana que vem, e a mudança de emprego para o próximo ano?


• Nós reclamamos que o tempo voa, mas continuamos vivendo com a certeza de que o futuro estará sempre nos esperando.


Mas e se amanhã for tarde demais pra um abraço? E se depois de amanhã aquela pessoa receber outra ligação? E se alguém ocupar o lugar no emprego que você tanto sonhou?


Seguindo a verdade inescapável de Mario Quintana, é impossível parar a vida. Mas, como também não dá pra viver correndo, é bom lembrar de José Saramago: não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.


E por falar em tempo passando… Essa música é tão reflexiva quanto o nosso #MomentoCult. 🫀


Te quero a vida toda

(Baseado em uma história real)

Todo domingo, a Gabriela espera ansiosamente pra ler o the stories. Mas, apesar de ser muito romântica, nunca pensou que teria uma de suas histórias por aqui.


• Ela tem 40 anos, e já passou por dois casamentos, mas não deixa de se encantar por histórias de amor.


Ela diz que os seus relacionamentos passados valeram a pena e foram muito importantes pra sua caminhada — e também foram, pelo menos por algum tempo, bem felizes.


Mas sabe quando você acha que o amor romântico não tem mais espaço na sua vida? Que você já passou por tudo que tinha que passar e não está mais na idade de viver um romance de filme?


Pois bem, há 3 anos solteira, era esse o pensamento da Gabriela, até que um encontro por aplicativo — sim, bem século 21 — revirou a sua história.


• Como toda solteira “bem resolvida”, ela vivia tendo conversas com pessoas legais, que poderiam se tornar amigos ou paqueras.


Uma dessas pessoas foi o Ivan. No primeiro contato, ele seria só mais um desses “caras de aplicativo”, mas, pouco a pouco, ele foi mostrando pra Gabriela que era diferente.


Cheia de “pés atrás”, ela não quis marcar um encontro, mas avisou onde estaria. Em um sábado, tinha comprado ingresso pra assistir sua banda favorita, e mandou pro Ivan a hora e o lugar.


Tornando o virtual real, ele simplesmente foi. De bota ortopédica, sem poder ficar em pé — já ouviu falar que “quem quer dá um jeito”?


• Então, ele deu jeito mesmo, e mostrou pra Gabriela que Victor Hugo costuma ter razão: “o que falta às pessoas não é força, e sim vontade”.


Depois daquele sábado, já foi um encontro rapidinho na terça. E outro marcado pra sexta. Um final de semana cheio de amigos e risadas, e uma vontade que ficava cada vez maior.


Desenvolveram um companheirismo com aquele “vai, se divirta, que eu estou aqui”, mas também estou ali, no seu mundo, pra ficar cada vez mais perto das pessoas que são importantes pra você.


A Gabriela teve que ouvir 3 vezes um “namora comigo?”, pra só na terceira aceitar rapidamente o lugar onde queria estar.


• Com o Ivan, ela viveu vários clichês que pensou que jamais viveria, incluindo um “você vai embora hoje, mas vai chegar o dia que não vai embora mais”.


Juntos, eles assistiram o pôr do sol no capô do carro com beijos, conversa fiada e xeque-mate. Na trilha sonora, tocava “seja pra mim o que você quiser, contanto que seja o meu amor”.


Também curtiram programas com os seus filhos, cheios de brincadeiras, risadas e caos. Nessas ocasiões, a música tocava “estamos juntos e misturados, meu bem, quero ser seu namorado”.


E ainda tiveram festas com os amigos, rindo, bebendo e dançando, ao som de “vem me namorar, vou te namorar também, vamos pra avenida desfilar, a vida carnavalizar”.


• Passaram dias inteiros no colchão da sala, assistindo um programa qualquer, comendo qualquer coisinha e tomando um vinho com muito, muito carinho.


O Ivan disse que lembra desses momentos quando escuta “eu vejo tua cara e teu querer perverso, a gente fica bem aqui no chão da sala, eu te queria a vida toda, te confesso.”


Depois de passar por muita coisa, agora, a Gabriela é tratada da forma que ela sempre quis ser — e, talvez, pelos papéis que teve que assumir desde cedo, nunca tenha sido.


Ela sente que chegou a hora de deixar de “lutar pra viver”. Com o Ivan, a Gabriela simplesmente vive.


• Agora, eles já têm até data pra casar. E pra quem diz que foi tudo rápido demais, ela responde que “o amor tem pressa”.


Finalizando com uma citação do filme “Harry e Sally”, quando você se dá conta de que quer passar o resto da sua vida com alguém, você quer que o resto de sua vida comece o quanto antes.


A arte de ser feliz

(Extra)

Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.


Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.


Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto.


Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.


Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.


E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.


Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.


Outras vezes encontro nuvens espessas.


Avisto crianças que vão para a escola.


Pardais que pulam pelo muro.


Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.


Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.


Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.


Ás vezes, um galo canta.


Às vezes, um avião passa.


Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.


E eu me sinto completamente feliz.


Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.


- Cecília Meireles


Texto e imagens: The stories/Reprodução



0 comentário

Comments


site_marencanto.png
Senai_Futuro_Digital.jpg
site_marencanto.png
WebBanner_300x300_Buriti.jpg
bottom of page