Musk dá um drible em Moraes e X volta a funcionar no Brasil
Tirou um coelho da cartola. O homem que fez foguete andar de ré surpreendeu a internet brasileira ontem, quando alguns usuários começaram a dizer que o X tinha voltado a funcionar em seus celulares.
O fato pegou o país desprevenido, já que, desde o fim de agosto, a rede social foi completamente bloqueada do país graças a uma ordem do ministro Alexandre de Moraes contra Elon Musk — dono da plataforma.
Houve especulação que Moraes fosse quem tivesse liberado, especialmente depois de “tomar” os R$ 18 milhões de X e Starlink na semana passada, mas não foi esse o caso.
Isso porque, a Anatel reconheceu a volta do app contra a sua vontade — e conhecimento — e disse estar estudando formas de reativar o bloqueio sem prejudicar toda a internet brasileira.
Como assim, prejudicar a internet? 🛜
Todo site deve ser hospedado em algum lugar. Todo lugar possui um endereço de IP, assim como o endereço da sua casa no mundo físico.
Até antes de ontem, o X usava uma casa própria IP próprio — que foi onde as operadoras de telefonia fizeram o bloqueio.
Ontem, a rede social passou a ser hospedada em outro lugar, um lugar chamado CloudFlare.
Agora, pense no CloudFlare como um hotel, mas não um hotel qualquer… Um hotel cinco estrelas, onde se hospedam Spotify, Uber, o the news e até mesmo o portal do STF.
Na verdade… O tal CloudFlare está mais para uma rede de hotéis, já que +20 milhões de sites do mundo e 70% da internet brasileira estão “hospedados” nesse lugar. Interditar esse hotel significaria atrapalhar todos os seus hóspedes.
Um outro jeito de entender: Pense no X como dono de um prédio de 3 andares, que foi interditado de abrir as portas por ordem de Moraes.
Com o movimento de Musk, o X se mudou deste prédio próprio para uma sala de coworking, em um edifício de 120 andares, onde bancos e outras empresas de tecnologia também pagam aluguel.
O que dificulta? O dono desse hotel coworking não mora e nem tem representante legal no Brasil, não fala português e o CNPJ que paga a conta do “quarto sala do X” é americano, ou seja, regulado pelas leis da terra do Biden.
Ué, mas isso é ilegal?
Tecnicamente sim, mas a verdade é que o X está operando como a Blaze — relembre a polêmica exibida no Fantástico — e outras plataformas de bets e apostas esportivas que seus amigos utilizam.
Sendo assim, embora seja possível derrubar um IP específico da CloudFlare, enviar uma ordem destinada a uma empresa de hospedagem global — que em si não está fora da lei — é bem mais complexa do que enviar um ofício à Anatel.
Zoom out: Tudo isso aconteceu um dia depois que a Casa Branca rejeitou a medida brasileira de bloquear o X e deputados republicanos apresentarem uma proposta de lei que poderia impedir Alexandre de Moraes de entrar em solo americano. Aprofunde.
Reprodução: The News
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