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SEMA participa de Expedições do PAT Meio Norte que localizou espécies da fauna e flora ameaçadas de


Pesquisadores se reuniram durante os últimos meses para expedições de campo do Plano de Ação Territorial para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Meio Norte (PAT Meio Norte) e localizaram espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção.


A expedição que teve como foco a flora, aconteceu no mês de julho e reuniu pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), tendo como principal objetivo coletar amostras de duas espécies listadas no PAT Meio Norte: Erythroxylum ayrtonianum Loiola & M.F.Sales e Rinorea villosiflora Hekking.


Essa é a segunda vez que um grupo de pesquisadores se reúne para coletar amostras, passando pelas cidades de Açailândia, Imperatriz (MA) e Tocantinópolis (TO). A primeira iniciativa ocorreu em setembro do ano passado, quando foram coletados 337 espécimes vegetais. Os cientistas encontraram uma das espécies-alvo, a Erythroxylum ayrtonianum, no Parque Municipal Horto Arara Azul, em Imperatriz, e a Virola surinamensis (Rol. ex Rottb.) Warb, uma espécie diretamente beneficiada pela conservação, na Reserva Extrativista Ciriaco, também no Maranhão.


Durante as duas expedições, infelizmente a Rinorea villosiflora não foi localizada. Esse pode ser um sinal que, devido aos impactos ambientais, a espécie tenha desaparecido da região. O último e único registro dela é da década de 1980 em Açailândia (MA). Por outro lado, na última viagem, novamente encontraram a Erythroxylum ayrtonianum.


A nova população dessa espécie foi localizada no município de Tocantinópolis (TO). Para o pesquisador e professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA, Lab. TaxA), Lucas Cardoso Marinho, o sucesso da coleta nesses locais se explica porque são áreas mais preservadas.


“A área era formada por estradas de chão batido, só o fato de não ter asfalto já tira esse impacto terrível. A preservação de áreas originais é imprescindível para a conservação tanto para a flora quanto para a fauna”, argumenta.


Como resultado desta expedição com foco na flora 180 espécimes foram coletados. Esse material é tratado e enviado para herbários em todo o Brasil, ampliando o acesso dos cientistas e permitindo eventualmente a descoberta de espécies ainda não conhecidas pela ciência, e que podem já estar ameaçadas de extinção.


“Eu coleto os ramos, do tamanho de uma folha A3, com flores ou frutos, que chamamos de material fértil. Se não tiver isso, é quase impossível fazer a identificação. Esse material é, então, herborizado, passando por uma desidratação. E a gente o deposita em uma coleção. O herbário é uma biblioteca de plantas, tendo o registro histórico daquelas espécies. Ali são anotados o lugar, as coordenadas, a data de coleta, quem estava presente. O registro que a gente fez agora fica para eternidade. É como se a gente fosse o recenseador da biodiversidade brasileira”, descreve Marinho.


A identificação das espécies alvo no Território Meio Norte por meio das expedições tem sido um resultado bastante significativo, o que reforça a importância da população conhecer essas espécies ameaçadas. Dentre as próximas etapas do PAT Meio Norte, estão a implementação de ações de educação ambiental no sentido de incentivar os municípios para desenvolverem atividades contínuas envolvendo a temática da conservação de espécies ameaçadas de extinção, ressaltou Laís Morais Rêgo, Superintendente de Biodiversidade e Áreas Protegidas da SEMA e Coordenadora do PAT Meio Norte.


Expedição fauna


A Expedição com foco em encontrar espécies da avifauna , foi realizada entre os dias 20 de setembro e 2 de outubro de 2023 e reuniu especialistas da Fauna MA e SEMA.O estudo de campo resultou na localização de seis indivíduos de uma das aves mais ameaçadas de extinção do planeta, o mutum-pinima (Crax fasciolata pinima).


A atividade ocorreu nos rios Jacundá e Mãe Maria, na Terra Indígena Mãe Maria, ambos no município de Bom Jesus do Tocantins, no estado do Pará. De acordo com o ornitólogo e consultor ambiental que participou da viagem, Gustavo Gonsioroski, a localização do mutum-pinima é um evento importantíssimo para a conservação da fauna brasileira. Ele explica que foram mais de 40 anos sem registro da espécie, mas que um exemplar macho da ave chegou a ser avistado em 2013 no rio Mãe Maria, e outro em 2017.


Outro fato surpreendente da expedição é a quantidade de exemplares machos e fêmeas localizados. “Fazer o registro de seis indivíduos diferentes é algo totalmente inédito. Já fizemos dezenas de expedições para localizar esses animais, trabalho há 15 anos para encontrá-los e nunca achamos essa quantidade em uma mesma área. O que aconteceu desta vez é algo totalmente atípico”, reforçou Gustavo Gonsioroski.


Para encontrar as aves, foram instalados 10 gravadores e 10 câmeras trap. Primeiramente, os pesquisadores ouviram o canto das aves e, posteriormente, identificaram a presença delas pelas armadilhas fotográficas. O auxílio dos indígenas Prikatiré Kiné, cacique da Aldeia , Krijõhere, Atomre Parkateje e Macedo Canela foi fundamental para o sucesso da expedição.


O biólogo Leonardo Victor, que também integrou a equipe da expedição, contou detalhes do momento que o mutum-pinima foi localizado, definido pelos indígenas que acompanharam os pesquisadores como “cena de filme”. “O bicho veio aparecer só no final da expedição, para a foto. Nos primeiros dias, nós escutamos o canto da ave, então já estávamos na expectativa. No último dia, olhei os registros da armadilha fotográfica e verifiquei a foto de um indivíduo que tinha passado ali há 30 minutos. Então seguimos andando para tentar encontrá-lo, e é impressionante a capacidade dos indígenas de visualizarem os bichos, porque eles sabiam exatamente onde estavam e fomos até por dentro da água para encontrar o pinima. É difícil colocar em palavras o que sentimos quando isso aconteceu, mas foi o ápice da expedição. Todo mundo comemorou”.


Há a previsão de uma nova expedição nos rios Jacundá e Mãe Maria em dezembro para o levantamento de novas informações sobre o mutum-pinima. As próximas etapas da pesquisa, segundo Laís Morais Rêgo, Superintendente de Biodiversidade e Áreas Protegidas da SEMA, coordenadora do PAT Meio Norte, incluem a avaliação da probabilidade do manejo ex situ, que seria a reprodução da ave em cativeiro para posterior reintrodução no habitat, a intensificação das ações de educação ambiental e levantamento de informações sobre a história natural dessa espécie para preencher as lacunas de conhecimento.


“Agora que encontramos o animal no território do PAT Meio-Norte temos uma sequência de ações que serão desenvolvidas, seguindo o planejamento feito na elaboração do plano. Primeiro temos que conhecer mais sobre a história natural dessas aves. Depois vamos fazer um trabalho de educação ambiental junto aos indígenas que vivem na área onde os animais foram encontrados, que é o trabalho in situ. Só então vamos prosseguir com estratégias ex situ para garantir a reprodução dessa espécie fora do ambiente natural”, complementou.


O Supervisor de Estudos e Projetos Aplicados à Conservação da Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão (SEMA), João Carlos Costa, acompanhou a viagem e ressaltou a importância dessa descoberta para o desenvolvimento das ações de conservação das espécies. “Por meio dos registros das espécies ameaçadas é possível elaborar políticas públicas voltadas à manutenção da biodiversidade. É primordial que haja não só a continuidade, mas também a expansão de iniciativas como essa”’.


O Secretário do Meio Ambiente, Pedro Chagas, destaca que esse projeto é uma excelente oportunidade e avanço da proteção da fauna e da flora “O Governo do Maranhão está sempre aberto a parcerias que contribuam na preservação das nossas floretas, esses projetos ajudam na consolidação de nossas ações voltadas as nossa biodiversidade, por isso procuramos sempre atuar com outras instituições que tenham esse mesmo objetivo”.


Além do mutum-pinima, pesquisadores localizaram outras seis espécies beneficiadas pelo PAT Meio Norte durante a expedição. São elas: azulona (Tinamus tao), jacupiranga (Penelope pileata), jacamim-de-costas-pretas (Psophia obscura), gavião-real (Harpia harpyja), tiriba-pérola (Pyrrhura coerulescens), ararajuba (Guaruba guarouba) e arapaçú-barrado-do-leste (Dendrocolaptes medius).


PAT Meio-Norte


O Plano de Ação Territorial para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Meio Norte (PAT Meio Norte) é um instrumento para orientar ações para os próximos 5 anos, para preservação, redução de ameaças e iniciativas que visem melhorar o estado de conservação de espécies ameaçadas de extinção no Território Meio Norte, que compreende os estados do Maranhão, Pará e Tocantins.


O PAT Meio Norte está inserido no Projeto Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção- Pro- Espécies: Todos contra a extinção, com Coordenação do Ministério do Meio Ambiente, financiamento do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), implementação do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e execução da Agência WWF-Brasil e de órgãos estaduais como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais – SEMA, do Maranhão, o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (IDEFLOR-Bio) e o Instituto Natureza do Tocantins (NATURATINS).


Informação: Sema MA



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