Vida de Marisqueira: Cozidão de pescador
- reginaldorodrigues3
- 8 de jun.
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Na Ilha de Peri-Juçara, no município de Axixá (MA), existe uma comunidade que vive do que o mangue oferece — com trabalho árduo, sabedoria popular e uma impressionante força coletiva. Ali, o marisco é mais que alimento: é sustento, identidade e tradição.
À frente dessa comunidade está uma mulher forte e determinada: Roxinha do Sururu. Conhecida em toda a região, Roxinha lidera um grupo de seis mulheres que, diariamente, enfrentam a lama, o sol e a maré para catar mariscos. Com facas, baldes e coragem, elas “arrancam” da pedra o sururu, a ostra, o mexilhão e até pequenos peixes, em um trabalho coletivo que sustenta suas famílias e mantém viva uma cultura que atravessa gerações.
Mas Roxinha foi além.
Nos últimos anos, ela começou a interagir com a cadeia do turismo, especialmente por meio do apoio da Unidade de Negócios do Sebrae Munim, Lençóis e Delta. Com orientação técnica e incentivo, mapeou trilhas e organizou vivências turísticas na ilha. Hoje, ela também é guia e anfitriã de experiências autênticas que conectam visitantes ao modo de vida das marisqueiras.

Os passeios guiados conduzidos por Roxinha são feitos em pequenos barcos pelos igarapés e braços de mar da Baía de São José. Equipados com coletes salva-vidas, os visitantes não só conhecem o processo da cata do marisco, como também ouvem estórias e histórias de uma vida moldada pela maré, pela resistência e pela sabedoria do mangue.
Assim, entre uma coleta e outra a vida dessas mulheres de luta: uma mistura de tradição, inovação e alguma diversão, como o flagra que fizemos no preparo do famoso "cozidão de pescador", onde a cultura da mariscagem encontra novas formas de existir, respeitando as vivências aprendidas ao longo da vida e gerar renda com dignidade, respeito e encanto.
Roxinha tem em seus planos ainda para esse ano, realizar o primeiro festival do Sururu em Peri-juçara e, assim ter uma fonte de renda a mais para seu sustento e de todos que com ela somam nessa atividade.

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