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História do domingo: Sem pressa e com amor

Amar ao destino


Epiteto já dizia “não queira que tudo aconteça como deseja. deseje que tudo aconteça como deve acontecer, e terá serenidade”.


Amor Fati

“Minha fórmula para a grandeza em um ser humano é amor fati: que ninguém queira que nada seja diferente, nem para a frente, nem para trás, nem para toda a eternidade. Não basta suportar o necessário, escondê-lo ainda menos — todo idealismo é mentira diante do necessário — mas amá-lo.”


Amor Fati é uma expressão do latim que pode ser traduzida como “amor ao destino”. Ou, em termos mais práticos, “aceitação de tudo que possa vir a acontecer”.


• Mas, antes que você pense naquela pessoa que fica de braços cruzados esperando o acaso agir, o amor fati não é sobre isso.


Na verdade, amar o destino é enxergar a vida como ela é — e não como a gente gostaria que ela fosse —, parar de remoer erros do passado e aceitar aquilo que não dá pra mudar.


Os estoicos chamam essa sabedoria de “a arte da aquiescência”, que significa aceitar em vez de lutar contra. Nas palavras de Marco Aurélio, “aceitar sem arrogância, deixar ir com indiferença”.


Ainda que você se esforce muito, em qualquer situação da vida, sempre existe algum fator que não depende só das suas atitudes.


• Seja por uma oportunidade de emprego que chega na hora errada, um amor que não é recíproco ou uma tempestade que estraga uma viagem.


Pensando em todos esses exemplos, o conselho de Nietzsche seria o seguinte: abra mão das suas expectativas e abrace o acaso, seja ele qual for.


Afinal, só depois de aceitar a realidade que dá pra correr atrás de outra vaga de emprego. Ou se abrir pra um novo amor. Ou entrar no mar com chuva. Ou jogar um baralho e aproveitar a viagem sem se molhar.


Ainda que seja difícil, amar a vida é também amar o dia ruim e o emprego perdido. O plano que deu errado e a pessoa que nos decepcionou. Amar a vida é viver.


Sem pressa e com amor

(Baseado em uma história real)

A Vitória tinha 19 anos no começo dessa história. Ela tinha acabado de fazer as provas de vestibular, e resolveu marcar uma viagem sozinha pra Itacaré enquanto aguardava os resultados.


• Comprou as passagens, organizou um roteiro pra surfar em várias praias, e escolheu um hostel pra se hospedar.


Na viagem, ela se encontrou com ela mesma. Acordava todos os dias às 7h da manhã, ia surfar com um grupo de amigos que fez por lá, e voltava de tarde pra curtir sua companhia.


Almoçava sozinha, dava aquela cochilada, e se preparava pra noite. E foi em uma dessas noites, sem esperar nada, que ela conheceu o Tanguy.


Era umas 20h, quando ele chegou no bar do hostel com uma mochila e uma prancha de surf.


• A Vitória achou ele lindo. De cara. Inclusive, se pudesse, teria beijado ele ali mesmo, na frente de todo mundo.


O Tanguy falava um português misturado com espanhol, o que a fez pensar que ele era argentino. Ao longo da noite, descobriu que ele era francês — e mal mal falava a nossa língua.


Ela tentava puxar assunto e ver a reação dele, mas como só falava um pouco de francês, a comunicação ficava complicada.


No dia seguinte, a rotina seguia a mesma: café, surf, almoço e bar. Mas, dessa vez, eles dividiram uma caipirinha de cacau — e a paquera começou a se desenrolar.


• A Vitória comentou que estava com fome, e ele respondeu que tinha um pacote de biscoito no quarto.


O Tanguy tinha sede, e ela tinha uma garrafa de água na mão. A combinação foi perfeita pra eles darem o primeiro beijo na escada do hostel, e terminarem a noite dormindo juntos.


O dia seguinte, no entanto, era a despedida da Vitória. Eles passaram a manhã e a tarde juntos na praia. De noite, ela até chorou pensando que nunca mais iam se encontrar.


Ele prometeu que a história não estava acabando por aí, e foi visitá-la em Santos. Ela foi atrás dele em Belo Horizonte — o francês morava no Brasil —, e eles começaram a namorar à distância.


• O Tanguy comprava frutas, água de coco e o iogurte preferido da Vitória. Foi tudo um sonho, até que acabou.


Depois de 4 meses juntos, ele precisou voltar pra França. E, quando ela o questionou, ele disse que não enxergava futuro para os dois — a distância doía demais.


Foi difícil pra Vitória, mas ela entendeu que seria melhor assim. Aliás, encontrou conforto quando sua avó foi buscá-la na rodoviária, e disse aquela frase clichê: o que tiver que ser será.


Depois disso, ela e o Tanguy seguiram as suas vidas. Conheceram outras pessoas, viveram outros amores. Ficaram 1 ano sem trocar nenhum tipo de contato.


• Até que, em uma terça-feira qualquer, bem no meio da pandemia, ela recebeu uma ligação daquele antigo amor.


Com uma voz trêmula e cheia de saudade, ele disse que queria ficar com ela. A Vitória respondeu que também sentia a sua falta, mas pelas restrições da pandemia, os dois iam ter que esperar mais um pouco.


Ficaram mais um ano separados, até que o Tanguy veio para o Brasil. A ideia era passar umas “férias”, mas ele foi ficando e acabou deixando as escovas de dente na casa da Vitória.


No ano passado, os dois mudaram pra França, e se casaram do mesmo jeito que se conheceram: na pura simplicidade.


• Ela com 24 anos, e ele com 25. A Vitória se maquiou sozinha, e fez o buquê de flores com a ajuda da sua sogra.


O seu sogro fez a sangria e comprou os vinhos. Os amigos do casal ajudaram na decoração. Tudo feito com muito improviso e carinho — apenas um dia antes do casamento.


Com o Tanguy, a Vitória aprende diariamente a ter calma, paciência, e ser carinhosa com as pessoas e com a vida. Afinal, se não tivessem tido paciência, os dois não estariam vivendo esse grande amor.


Texto e imagens: The stories/Reprodução

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